Revista Lapa Legal Rio

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A Revista que resgata a Lapa como cultura e lazer.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012


Bloco de Rua 'Eu Amo a Lapa'. O bucólico Bairro de Fátima, localizado no meio da cidade, entre a Lapa e Santa Tereza, abriga um bloco e uma banda, que já tem quase 40 anos de tradição. Tudo começou em meados dos anos 70, com o mestre de bateria Charuto, que possuía instrumentos e reuniu jovens da época para formar o Bloco Bafo do Charuto, atual Bloco do Bairro de Fátima. Este ano, o Bloco Eu Amo a Lapa se une ao desfile do Bloco do Bairro de Fátima.

Os foliões podem preparar a fantasia, pois sábado (18) e segunda-feira (20) a concentração acontece na praça do Bairro de Fátima, às 16h, com desfile às18h. No domingo (19) os foliões se encontram às 10h e saem em desfile às 11h. Todos os desfiles acontecem nas ruas do entorno do Bairro de Fátima.


Eventos - Dia a Dia
Carnaval 2012 do
Rio de Janeiro
TODOS OS DIAS DE CARNAVAL
18-21 de fevereiro

Cinelândia - noites
Lapa - Rio Folia Começa 20:00
Terreirão do Samba - Começa 20:00
Baile do Scala a partir de 23:00
PRICIPAIS EVENTOS

Sexta-feira, 17 de fevereiro
13:00 Cerimônia de Abertura - O Rei do Carnaval (Momo) é coroada pelo prefeito da cidade e recebe chaves da cidade
19:00 Desfiles das escolas de samba mirins (Sambódromo)

Sábado, 18 de fevereiro
09:30 Banda de rua Cordão do Bola Preta (Centro da cidade)
16:00 Banda de Ipanema, concentração na Praça General Osório, Ipanema
20:00 Concorrência Bandas de Rua na Av. Prof. Rio Branco, Centro
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo de Acesso
23:00 Baile Mágico no Hotel Copacabana Palace

Domingo, 19 de fevereiro
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial

Segunda-feira, 20 de fevereiro
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial

Terça-feira, 21 de fevereiro
16:00 Banda de Ipanema (último desfile de carnaval)
21:00 Desfile das Escolas de Samba do Grupo "B"
23:00 Baile Gay no Scala Rio

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

DEMOCRATIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA: A PEDAGOGIA CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS


Fiz uma resenha deste capítulo do livro de José Carlos Libâneo: Democratização da Escola Pública: a Pedagogia crítico social dos conteúdos.

O texto é centrado na dura vida do professor dividido em avançar na prática educacional e, ao mesmo tempo, aceitar a forma tradicional em que se encontram os estabelecimentos de ensino no país. A escola brasileira tem sido marcada pelas tendências liberais, preparando os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, no sentido de reprodução dos valores e normas da sociedade. As tendências pedagógicas foram classificadas em liberais e progressistas.

Os conteúdos, os procedimentos didáticos, a relação professor/aluno não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com sua realidade social, portanto, a individualidade e a história desse aluno, são ignorados. O que vemos é a reafirmação de um conceito.

A tendência Liberal se divide em: Tradicional, renovada progressivista, renovada não-diretiva e tecnicista. A Pedagogia progressista em: libertadora, libertária e crítico-social dos conteúdos. A educação brasileira nos últimos 50 anos tem sido marcada pelas tendências liberais, ora conservadora ora renovada.

O que vejo é que na realidade não há mudanças consistentes nessas práticas que são obsoletas e compactuantes com o sistema social capitalista em que vivemos. A globalização trouxe uma forma de mudança radical e irreversível causando uma grande transformação que afetou as estruturas estatais, as condições de trabalho, as relações entre os Estados, a subjetividade coletiva, a produção cultural e principalmente a vida na escola. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a globalização não é um quebra-cabeça que se possa resolver com base num modelo preestabelecido e análise- da mesma forma que a identidade que se afirma na crise do multiculturalismo ou quando a internet facilita a expressão de identidades prontas para serem usadas.

Essa é a questão: IDENTIDADE. Descobri 3 escolas que estão perseguindo essa nova identidade que está se formando e que não se auto-explica nas antigas teses educacionais.

A primeira é a Escola Caminho do Meio, localizada em Viamão (RS), dirigida pelo ex-professor de Física Quântica, Alfredo Aveline, que lecionou durante 25 anos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, relaciona em seu programa os eixos sustentadores da educação infantil recomendados pelos Ministérios da Educação e Cultura (Movimento, Matemática, Linguagem Oral e Escrita, Artes, Música e Natureza e Sociedade) com os princípios da cultura de paz. A proposta de educação da Escola Infantil Caminho do Meio tem por base a pedagogia das 5 Sabedorias:

1-Sabedoria do Espelho: A sabedoria do espelho nos permite oferecer aquilo que faz sentido dentro do mundo do outro, aquilo que ele é capaz de entender. Esta sabedoria nos permite acolher o outro onde quer que ele esteja e a partir dela estabelecemos contato positivo, que nos permite ir adiante de forma significativa e produtiva. Esta sabedoria nos permite a compreensão de que o mundo que vemos ao nosso redor é o mundo que reflete nossa mente.

2-Sabedoria da Equanimidade: Esta compreensão faz nascer um interesse genuíno em mover-se na direção do outro, amparando, promovendo qualidades positivas como compaixão, alegria, equanimidade, generosidade, moralidade, paz, energia constante, concentração e sabedoria. No contexto da prática educativa incrementamos as qualidades positivas que permitem um crescimento dentro do contexto das aprendizagens que demandam cada etapa.

3-Sabedoria Discriminativa: Tem por base a lucidez e a serenidade. No contexto da prática educativa constitui o eixo de compreensão que nos permite diagnosticar obstáculos, orientar e prescrever métodos.

4-Sabedoria da Causalidade: Sabedoria que brota da adversidade das circunstâncias. No contexto da prática educativa permite que avancemos além das sensações de ganho ou perda, vantagem ou desvantagem, nossa e dos outros. Permite que possamos dissolver obstáculos e negatividades, ou integrá-las, para que as aprendizagens sejam significativas e positivas


5-Sabedoria de Darmata: Permite-nos não dar concretude demasiada as situações e fenômenos, ou, ao que quer que esteja nos afetando, permitindo o acesso á região de lucidez, coragem, estabilidade, criatividade e segurança, interna em cada um.
A escola opera com planejamento a ser trabalhado em um período de cinco anos. A cada ano trabalham bimestralmente uma das cinco sabedorias.
DIFERENCIAIS

A cultura de paz no currículo da educação. Considerar a todos como alunos: facilitadores, pais, comunidade e crianças. Diálogos da Educação: é aberto à comunidade, com atividades que incentivam a convivência e participação de todos no desenvolvimento comunitário. Alimentação vegetariana e disponibilização do cardápio semanalmente. O Instituto Caminho do Meio, conta com extenso bosque, horta, parquinho, centro comunitário, refeitório e marcenaria. As crianças têm a oportunidade de explorar, por meio de atividades dirigidas, a área externa à escola, tendo contato direto com a natureza e convívio.

PALAVRAS CHAVE: ACOLHIMENTO E ENTENDER O OUTRO NO MUNDO DELES.

A segunda é o Colégio Estadual Márcia Meccia, localizada no Jardim Pampulha, em Salvador-BA, que era considerada há poucos anos atrás, como a mais violenta da cidade. A UNESCO premiou a escola pelo projeto “AMATEQUEDÁ” que reduziu a violência mobilizando a sociedade local: Igrejas, Associação de Moradores, Centro Educacional, Associação Feminina, Empresários, Coordenadores do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA), além de professores, estagiários e funcionários. Total de 1.385 alunos, 49 professores distribuídos em 3 turnos.

O Coordenador do projeto foi o diretor do Colégio Walfran Santos que possue formação superior em Educação Artística, mestrado em Artes Cênicas pela Universidade Católica de Salvador-BA. Pós graduação em Crítica da Arte pela UFBA, Certificado Ocupacional – Dirigente Escolar e Doutorado em Música Clássica.

O projeto AMATEQUEDÁ tem o objetivo de qualificação profissional, geração de emprego e renda, recuperação ambiental e planejamento urbano participativo do bairro Mata Escura. A meta era reduzir o nível de violência para 80% em 10 meses. A escola trabalha com ensino fundamental, médio e secundário, o qual se reproduz em diversas situações :
- Aceleração de aprendizagem
- Regularização de fluxo escolar
- Educação de Jovens e Adultos

A realidade atual do Colégio se caracteriza pelo sucesso da redução do alto índice de violência e pela consolidação de sua parceria com a comunidade.
Para atingir a meta foram definidas as seguintes ações:

1- Sensibilizar coordenadores, professores e funcionários
2- Integrar a escola à comunidade
3- Realizar encontros com professores de todos os turnos
4- Enfatizar as comemorações cívicas sociais que permitem a presença dos responsáveis a fim de resgatar a família
5- Promover atividades pedagógicas com a participação efetiva do alunado
6- Divulgar e premiar os trabalhos dos alunos
7- Obter apoio significativo dos pais e/ou responsáveis
8- Recuperar o espaço de lazer existente na escola objetivando oferecer ao alunado atividades extras de acordo com os seus interesses
9- Promover festas cívicas, apresentações teatrais, campeonatos e gincanas e outras atividades que ocupem a mente e o corpo evitando a ociosidade.

OBS: Ficou definido o dia 2 de junho como o Dia “D”Contra a Violência. Neste dia sempre se realiza a “Caminhada da Paz”. Foi implantada, também, a Agenda 21 na área.

23 trabalhos de pesquisa em andamento pelo (LTECS)- Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Sociais.

Prêmios recebidos: Trabalhos dos alunos
1- X Seminários Estudantil de Produção Acad6emica-UNIFACS/2006
2- Prêmio Bahia Ambiental- Categoria Idéia Sustentável/2005
3- IX Jornada de iniciação Científica da Uneb/2005-Melhor Pesquisa em Ciências Sociais
4- IX Semnário Estudantil de Produção Acadêmico-Projeto Urbanístico- Espaços de Sociabilidade no Bairro da Mata Escura.
5- III Jornada Universitária de Iniciação Científica-UNIFACS- Projeto Urbanístico.
6- Prêmio Nacional de Iniciação Científica concedido pela FUNADESP.

A Agenda 21 foi o instrumento adequado utilizado nas discussões com a comunidade, que fez descobrir lideranças, novas realidades e um banco de dados e informações sobre a comunidade.

O Projeto foi apresentado no VI Congresso Ibero-Americano de Urbanismo, Salamanca, Espanha em outubro de 2006.

A metodologia de trabalho utilizada na implantação da Agenda 21 teve como pressupostos teóricos as idéias de Paulo Freire, Moacir Gadotti, Francisco Ferrer que propõem como princípios básicos uma educação transformadora, ecológica e libertária.

A terceira é a Escola Nacional Florestan Fernandes, que se identifica como:
“Contra a barbárie, o estudo
Contra o individualismo, a solidariedade!”

Em nome do nosso compromisso na luta contra o obscurantismo e o atraso, dois fortes instrumentos de dominação das elites brasileiras, o MST tem procurado garantir o ensino fundamental para milhares de crianças, jovens e adultos do campo, em mais de 1.200 escolas primárias, públicas, e em dezenas de escolas de segundo grau, instaladas nos assentamentos.

Além disso, em nome dessa mesma luta, o MST concluiu pela necessidade de uma Escola Nacional para os militantes dos movimentos populares e tem como principal objetivo ser um espaço de formação superior pluralista nas mais diversas áreas do conhecimento não só para os militantes do MST, como também para militantes de outros movimentos sociais rurais e urbanos, do Brasil e de outros países da América Latina.

No primeiro ano de atividades, foram realizados diversos cursos de nível superior nas áreas de Filosofia Política, Teoria do Conhecimento, Sociologia Rural, Economia Política da Agricultura, História Social do Brasil, Conjuntura Internacional, Administração e Gestão Social (em parceria com a Faculdade de Santo André), curso de especialização em Educação do Campo (em parceria com a Universidade de Brasília-UNB) e curso de Estudos Latino-americanos (em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora-UFJF).


A grande maioria dos cursos conta com a docência voluntária e não-remunerada dos seus professores. Quanto aos estudantes, assumem todas as tarefas e serviços internos da escola, como limpeza, auxílio na cozinha, horta, etc. Em outros termos, a Escola é, também, uma escola de solidariedade permanente, envolvendo toda a comunidade que nela vive.


Em geral, os cursos funcionam em etapas de 3 a 4 semanas de duração cada uma. Ao término de cada etapa, os estudantes retornam aos seus locais de origem, por todo o país, em um sistema de alternância permanente entre teoria e prática.

“Quando fundamos nossa Escola, assumimos que não podíamos continuar esperando, geração após geração, que a tão necessária mudança da política de alocação das verbas públicas venha, finalmente, modificar e melhorar, objetiva e realmente, as condições de vida da grande maioria do nosso povo. Aliás, para que essa maioria assuma o controle ativo e competente da sua própria história, exigindo a realização das mudanças sociais indispensáveis, é preciso que ela possa se apropriar dos saberes que lhe são negados exatamente em nome da preservação e perpetuação dessa ordem social iníqua e excludente. Foi o que nos levou a assumir a tarefa de abrir as vias de acesso a esses saberes àqueles que deles foram excluídos. É uma tarefa tão gigantesca quanto a miséria dominante no campo brasileiro. Uma tarefa que exige de todos nós a coragem e dedicação dos nossos sonhos e ideais de uma sociedade justa e solidária”.

Jô A. Ramos
zlcomunicacao8@gmail.com

ENTREVISTA COM A JORNALISTA E ATIVISTA FEMININA JÔ A. RAMOS DO BLOG "DEFESA DA MULHER"


Reproduzindo a entrevista que pode ser encontrada no link:http://varejosortido.blogspot.com/2012/01/todo-dia-e-dia-da-mulher-jo-ramos.html?spref=fb
NO SITE VAREJO SORTIDO.


ENTREVISTA:


LAM - Jô, as primeiras perguntas são de praxe. Servem para traçar um breve perfil do entrevistado. Então vamos pra primeira: quando e como se deu seu encontro com o jonalismo?


Desde os 6 anos de idade eu já escrevia e lia muito, sempre foi assim. Sempre li sobre política, mesmo não tendo ninguém da família envolvida. O jornalismo foi a forma que encontrei para me comunicar com o maior número de pessoas possível. Acho que realizei melhor esse desejo com o surgimento das redes sociais principalmente com a criação dos Blogs.


LAM - Que influências da infância e adolescência possibilitaram a formação de sua identidade profissional?


Sempre estive cercada por livros que comprava com o dinheiro da mesada. Aos 16 anos quando comecei a ler Simone de Beauvoir, Jean Paul Sartre e as entrevistas da jornalista italiana Oriana Fallaci, entendi muita coisa que estava acontecendo no mundo e principalmente com nós mulheres.


LAM - Qual a sua posição com relação à extinção do diploma da categoria?


Acho péssimo. Não por uma questão elitista e sim por defender a necessidade de um conhecimento acadêmico que é fundamental. Nem todo mundo nasce com um texto na cabeça e para realizá-lo, muitas vezes, é preciso o conhecimento da técnica. Para qualificar, filtrar e organizar os conteúdos é necessário o trabalho profissional, qualificado do jornalista. A quantidade de informações disponíveis hoje é quase incomensurável, somente um profissional da informação, um jornalista qualificado pode organizar esse conteúdo para disponibilizar à sociedade.

É importante saber ouvir a sociedade, verificar a veracidade das notícias, manter contato com fontes de informações e, por fim, publicá-las. Até hoje, nenhuma profissão foi questinada sobre o fato de existir uma formação acadêmica para ser exercida, por que isso aconteceu com o jornalismo? é uma boa pergunta.

Abro uma brecha para os colunistas. Esses sim, independente de serem ou não jornalistas, podem emitir suas opiniões. Quem decidi isso é o boss do veículo. Com a criação dos Blogs o leitor pode formalizar suas idéias e defendê-las como quiser, é mais um espaço para publicação.


LAM - Você desenvolve um trabalho bastante engajado em dois blogs que edita: o Defesa da Mulher e o Myself. Fala da proposta de cada um desses seus blogs.


O Defesa da Mulher é um blog que propõe a divulgação de notícias, dados, matérias, depoimentos e entrevistas sobre a violência contra nós mulheres, não só no Brasil como no mundo. É impossível viver em um país onde a cada 2 horas 1 mulher é assassinada, ficar omissa. O Myself é mais livre no conteúdo. Falo sobre tudo, de política a religião, música, livros, cinema..etc.


LAM - A imprensa brasileira, a seu ver, tem dado a devida atenção e de forma idônea e isenta acerca do problema da mulher brasileira?


Não. A imprensa não cobre o assunto como deveria. Quando o assunto é violência contra as mulheres ainda estamos nas páginas policiais, mas, já existem abordagens que mostram o tema como uma questão de saúde, de direitos e de políticas públicas e isso nós devemos aos movimentos de mulheres que conseguiram pressionar os órgãos de comunicação.
A mídia tem o poder na medida em que defini o que será manchete ou não, o que será lido ou não pelo público. É preciso garantir que os profissionais de imprensa exerçam esse poder de maneira ética e com responsabilidade social. É fundamental estimular a responsabilidade social da imprensa, alertar, conscientizar e sensibilizar jornalistas a respeito da gravidade desse problema.


LAM - Qual a sua perspectiva com a edição da Lei Maria da Penha? Esse instrumento atende os anseios no combate à violência contra a mulher? A legislação brasileira abrange e atende a expectativa de se erradicar a pratica da violência contra a mulher?


A Lei Maria da Penha foi um grande avanço, mas, precisamos de muito mais, para que ela seja cumprida. Desde a promulgação da Lei Maria da Penha, o número de serviços especializados aumentou em 35% (de 521 para 707).
Atualmente, existem 707 serviços especializados - 388 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, 166 Centros de Referência de Atendimento à Mulher, 71 Casas-Abrigo, 62 Defensorias Especializadas e 20 Promotorias Especializadas. No que se refere à justiça e à segurança, foram criados 53 juizados especializados/varas adaptadas de violência doméstica e familiar e 388 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher.

Segundo a SPM, além da criação, muitos recursos têm sido investidos para o reaparelhamento/reforma das Delegacias Especializadas, de Centros de Referência de Atendimento à Mulher e de Casas-Abrigo. Com tudo isso, ainda não podemos afirmar que estamos perto de um atendimento exemplar. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados de 2009 mostra que apenas 559 municípios brasileiros possuem os chamados Centros de Referência para mulheres em situação de violência. Isso representa apenas 10% do total de cidades brasileiras. Estes centros oferecem assistência psicológica e atendimento jurídico para vítimas de violência doméstica.


LAM - Ao trabalhar o mote "Todo homem que maltrata a mulher não merece jamais qualquer perdão", realizei uma série de estudos e pesquisas para poder fechar esse meu trabalho poético numa martelada para cordel. Nessa pesquisa, ao se fazer uma leitura que compreende tanto a abordagem feita pela Tannah Hill até as escritoras e estudiosas de hoje das causas das mulheres, observando que os reclamos não são menores até então, principalmente no que tange à exclusividade da luta dos homens nas suas causas, enquanto a das mulheres incorpora não só as causas delas, como a de todos os excluídos. O universo masculino tem demonstrado solidariedade, ou ainda é determinante o machismo de sempre?


O machismo ainda está muito presente na nossa sociedade, é só observar o número de mulheres estupradas, humilhadas e mortas em nosso país. A atenção voltada à temática da violência doméstica e o seu combate tem se intensificado desde a criação da Lei Maria da Penha, em agosto de 2006. Mas enquanto as mulheres são o foco principal das políticas públicas, há quem trabalhe na outra ponta do problema: os homens que as agridem. Um exemplo é o Instituto Noos, no Rio de Janeiro, que desde 1999 atendeu cerca de 300 homens que procuraram, espontaneamente, ajuda para pararem de bater em suas mulheres.


LAM - A seu ver, a internet tem contribuído para coibir os abusos e violências contra a mulher?


A internet é mais uma forma de divulgação, esclarecimento e informação do que de coibição. O que vai mudar o atual quadro de violência contra as mulheres são as políticas públicas, educação, construção de mais Centros de Referência e Casas Abrigo.


LAM - Você também edita um excelente blog literário, o Tardes Poéticas. A respeito dele, um verso do meu poema "Primavera de Ginsberg" ficou bem identificado: "[...] Só a poesia tornará a vida suportável". Qual a proposta desse seu blog?


A poesia tem a força de apaziguar-me com o mundo conturbado em que vivemos, por isso, ela é indispensável. Sou apaixonada por poetas e livros. A proposta é divulgar nas redes escritores e poetas tentando sensibilizar as pessoas e dizer que nem tudo está perdido. Temos poesia.


LAM - Quais os projetos que você tem por perspectiva realizar?


São tantos... rssrsr..bom, tenho 3 documentários, dois já aprovados pela Lei Rounet e 1 livro:

1-Mulheres Benditas que vai falar de 6 mulheres brasileiras biografadas pela escritora Ana Arruda Callado.

2- Documentário sobre o Acervo do Museu-Casa de Rui Barbosa.

3-O projeto VIVA MULHER é um documentário com mulheres de várias cidades do Brasil sobre violência, principalmente a doméstica. Quero levar informações sobre direito, cidadania e formas de defesa para as mulheres, com palestras e debates. O documentário de 60 minutos vai registrar tudo em um período de 6 meses. Lançaremos nas casas de apoio às mulheres, nos centros, nos abrigos, e onde nos for dada a oportunidade de mostrar o trabalho. Complementando o projeto lançaremos um livro e disponibilizaremos cópias do documentário para cine clubes e bibliotecas. Nossa intenção é alcançar pequenas cidades, onde o acesso a informação é mais precário. Estamos buscando parceria e patrocínio.

4-Livro Vista Carnaval, um livro sobre Recife e Olinda, também aprovado pela Lei Rounet. Todos esses projetos estão à procura de patrocínios/apoios/parcerias.

BBB 12 -Suspeita de Estupro - Defesa da Mulher

MOVIMENTO DEFESA DA MULHER-APRESENTAÇÃO DA JORNALISTA JÔ A. RAMOS,COORDENADORA E IDEALIZADORA DO MOVIMENTO. CONTATOS: defesadamulher8@gmail.com